segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Menina - Parte 1 [escrito em 10/04/05]

Era fim de tarde.
A menina a frente da porta do trem...
Tomava aquele que havia se aproximado mais da plataforma.
Depois de um dia de liçoes e tormentos.
Cansada.
Nada havia em sua mente a não ser a imagem de todas aquelas pessoas que passaram por sua vida.
Pessoas diferentes.
Engraçadas, sérias, feias, bonitas, pobres, ricas e de todas as formas e tamanhos.
Pessoas.
Diferentes, mas muito iguais praquela menininha.
Tiveram a mesma essência, o mesmo objetivo e o mesmo gosto.
Todas.
Que serviam de meios pra que ela fosse se conhecendo...
Aprendendo mais consigo mesma.
E percebendo que todas elas vinham e iam.
Entravam na sua vida, a ensinavam uma nova canção e depois iam atrás de novos cantores...
A menina lembrava de todas aquelas músicas, enquanto as confundia com o barulho do trem.
Olhava praqueles rostos estranhos... e imaginava quais daqueles, um dia, faria parte de sua vida realmente.
Pensava na sua vida...
E por muitas vezes tentava descobrir o sentido disso...
Viver...Sinônimo de respirar?
Tentou respirar fundo, mas o ar não era agradável...
Sorriu, por não entender mais uma vez.
Várias estações até chegar a sua.
As portas do trem se abriram.
Ela encarou o vão que a separava da plataforma...
Olhou a plataforma.
Se viu dentro do trem.
Nenhum passo.
Algumas pessoas pularam na sua frente, outras deram a mão aquelas que se encontravam firmes na plataforma.
Uma metáfora.
Colocada em prática.
Estranhos estenderam suas mãos.
A menina não se movia.
Mãos que teriam força para puxá-la se não conseguisse alcançar a plataforma?
Como saberia?
Precisa voltar para casa, tinha tarefas a cumprir.
A vida continuava fora do trem.
O trem não se moveu.
Até que as portas se fecharam.
A menina no trem esperava a próxima estação...
Novamente as portas de abriram.
Ela encarou o vão novamente.
Esse era menor.
O perigo havia passado.
Sentiu-se segura na plataforma de cimento velho e sujo.
Tomou o trem de sentido contrário.Na sua estação pode pular o vão que não era largo qto o primeiro, nem tão estreito como o segundo.
Mas a distância permitia um passo curto e ligeiro...
Os passos da menina.

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