(...)
Dei-lhe os parabéns, abracei e beijei muitas vezes. Ela contou que alguns tios já tinham telefonado pra ela mais cedo a fim de dizer Feliz Aniversário. Desejei que tivesse boa saúde e ficasse conosco aqui muito tempo ainda.
E pra minha felicidade ela respondeu: “Eu não vou embora daqui mais, não”.
Frase grande. Eu olhei pro céu e disse: “É vó, pode colocar aí mais uns 300 anos.”
Foi quando ela me olhou já um pouco mais “séria”e disse que gostava daqui do Acre... eu, sem que percebesse, continuei dizendo: “Ah, é verdade né, vó, o clima daqui é bem melhor... mas nas últimas semanas está fazendo frio...”
Esse frio não a incomoda. Fico muito satisfeita por ela.
Me senti estranha.
Senti um conforto muito grande por estar ali... uma felicidade tão pura por vê-la tão calma e bem... e ainda compreensiva comigo que não fui lá, dar um beijinho que fosse durante esses dias: “Imagina, eu sei que você tá muito ocupada, trabalhando e estudando, daí você tem que correr...”
Mas eu sei que as coisas não são assim...
Ouvi semana passada na tv: “Não ter tempo é questão de preferência”.
E essa frase tem ecoado em mim desde então, mas hoje minha consciência berrava tão alto nos meus ouvidos como se só hoje tivesse descoberto que possui boa voz pra isso.
Ontem li algumas páginas da agenda do ano passado.
Pensando agora, minha mania de não ler o que escrevo é forma de fugir de me encarar.
Gosto do que sou em grande parte, mas num outro ângulo não acho lá pessoa muito insigne, na verdade, muito pequena e confusa.
Corri para o ponto de ônibus com medo de estar atrasada, mas para a segunda surpresa do dia, eram apenas 11:05 da manhã. E eu sempre correndo, pego geralmente o ônibus das 11:25 h.
Me senti satisfeita de ter feito tudo o que fiz e ainda estar adiantada.
E me senti pequena por...
Vi, com meu próprio coração, como já havia percebido com a razão, tão pouco sentimento e tempo doado a quem eu tanto amo! Enquanto penso em mim e me tranco em lamentações.
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